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Combate ao arroz bravo
Autor do Artigo: Eng. Carlos Maximiano
O arroz (Oryza sativa L.) é uma planta monocotiledónea da família das gramíneas (família Poaceae). É responsável por alimentar mais de metade da população humana, estando fortemente implantado na dieta alimentar portuguesa. É considerada a terceira maior cultura cerealífera do mundo, ultrapassada pelo milho e pelo trigo (Marques, 2007). O arroz (Oryza sativa ssp) é dividido em duas subespécies diferentes, a Oriza sativa ssp indica (arroz tipo longo) e a Oriza sativa ssp japonica (arroz tipo curto), segundo a caracterização morfológica, perante a classificação comercial designam-se respectivamente agulha e carolino.
O sistema radicular primário da planta de arroz é muito superficial destinando-se à sua implantação. No início do afilhamento este sistema radicular é substituído pelo sistema secundário constituído por raízes adventícias, mais grossas e fibrosas, profundas e ramificadas, com maior capacidade absorvente. O sistema radicular atinge o seu máximo desenvolvimento no final do afilhamento deixando de absorver nutrientes quando o grão se encontra na fase láctea.
O caule é constituído por uma série de nós e entrenós alternados. Cada nó possui uma folha em cuja axila existe uma gema que pode originar um filho. Em condições normais cada planta possui de dois a seis filhos, dependendo esse número da variedade, das condições edafoclimáticas e das práticas de cultivo. Na floração a planta alcança a sua altura máxima entre os 0,4 m a 1 m dependendo da variedade.
Na folha de arroz distinguem-se limbo, bainha, lígula e aurículas.
A inflorescência do arroz é uma panícula que permanece erecta durante a floração mas que posteriormente se torna pendente devido ao peso que os grãos vão adquirindo.
O fruto é constituído por uma semente (cariópse) e pela casca (formada pelas glumelas). O pericarpo é a camada exterior da semente e possui uma cor castanho claro – arroz descascado. No arroz vermelho (Arroz bravo), que é considerado uma planta infestante, o pericarpo assume cor avermelhada.
O Arroz bravo, é um dos principais problemas na cultura do arroz, juntamente com o controle das muitas infestantes que podem estar presentes, resultando em grandes perdas económicas. No contexto da orizicultura moderna colocam o agricultor perante um desafio, produzir com o máximo de rentabilidade no mercado global extremamente competitivo.
Este tipo de arroz é derivada da espécie Oryza sativa, bem como as variedades comerciais, tudo isto devido à facilidade de retrogradação, ou seja voltar a tomar as características dos seus antecedentes genéticos. A presença de arroz bravo na cultura do Arroz tem aumentado nos últimos anos devido a vários factores: preparação dos terrenos, aumento das variedades cultivadas, colheita, impossibilidade de rotação e do uso de sementes não certificadas.
O arroz não tem qualquer tipo de valor comercial junto dos lotes de arroz tradicional “branco” que se comercializam em Portugal. Podendo em outros países ter algum significado a nível alimentar.
Apresenta características que contribuem para a sua sobrevivência e multiplicação: intensa debulha natural (que impossibilita a colheita total do cereal por parte das ceifeiras-debulhadoras, resultando no aumento do banco de sementes no solo) e dormência das sementes mantendo-se viáveis por longos períodos. Apresenta, ainda, plantas geralmente mais altas que a maioria das cultivares de porte baixo, ciclo precoce e grãos de comprimento médio e espessos. As panículas apresentam baixa quantidade de grãos. Como o arroz bravo pertence à mesma espécie do arroz cultivado (Oryza sativa L), representa um problema sério pois seu controle não pode ser realizado com herbicidas comuns utilizados para o controle das outras infestantes, normalmente selectivos ao arroz.